Dogma Hantu Saison, a primeira cerveja da Série Griot.
Muito antes dos grandes pensadores, a filosofia africana já refletia sobre a existência humana. Hantu reflete o conceito “tempo-espaço” implicado na cosmogonia Bantu.
Ao se pensar esse rótulo, busca-se inserir no campo da construção da cultura brasileira, o pensar negro. Há que se lembrar que por quase 400 anos, as mãos negras escravizadas foram a base do capital para erguer a sociedade brasileira, no entanto, após o marco jurídico de 13 de maio de 1888, esses corpos foram jogados para fora do tecido social.
Neste rótulo, a Dogma, através de quatro profissionais negros do mercado cervejeiro, vem contar uma história de inserção da epistemologia negra e, faz uma homenagem à escritora Conceição Evaristo, através da personagem Ponciá Vicêncio, a qual, de forma corajosa, rompe com o mito da imobilidade e indolência atribuídas às pessoas negras. Ponciá, nos convoca a olhar para o passado, pensar o presente e lutar por um futuro, nos revela toda complexidade e especificidades do seu ser, nos adverte que nós, pessoas negras, somos plurais e heterogêneas e carregamos a força de nossas ancestrais.
(Texto: Sara Araújo, Sulamita Theodoro e Glauco Ribeiro. Arte: João Gabriel).
Perfil sensorial:
Acidez moderada, aroma e sabor de caju em primeiro plano, complementado pelo cajá. Notas de mel e mineral provenientes do melado de cana. Tem um aroma levemente amadeirado lembrando um pouco de coco devido ao lúpulo utilizado (HBC 472). O conjunto é complementado pelo condimentado, cítrico e frutado de uma das leveduras da Dogma.